Você pagaria por sexo? E por um streaming de sexo, pagaria? Plataformas como o OnlyFans mudaram a maneira como se consome e se produz pornografia na internet. Depois que as redes sociais já captaram a ideia de monetizar a própria imagem e a vida pessoal, o OnlyFans veio pra gerar receita em cima de algo que já era vendido nas ruas e distribuído online. Nas esquinas dos sites, há vídeos e fotos – muito – à mostra. E o que se esconde?
A precarização do trabalho, a objetificação de corpos, as consequências do isolamento social, o mundo online com limites frágeis, a normalização do sexo, dos fetiches, dos desejos? Há quem precisava de dinheiro para se sustentar, para pagar as contas da casa. Há quem não tinha escolha. E há quem tinha. Há quem tenha começado por gostar de transar, pra monetizar algo que já fazia de graça. Há quem sempre teve admiração pelo erótico, sua estética, sua aura subversiva. Por trás disso, independente do motivo, estão nas telas e lidam, diariamente, com a promessa de lucros exorbitantes e com o estigma de tabus ainda maiores.